Por Carolina Mineiro
Nos tempos de pandemia que vivemos, existem muitas perguntas e poucas respostas e como tal, o CP decidiu fazer uma entrevista, via Skype, para ter uma melhor visão de um dos maiores desafios que está a ser colocado a todos os alunos e professores do secundário.
Hoje estamos aqui com uma jovem do 11º ano, a Matilde Nunes (MN), da Escola Secundária José Afonso, para ela nos contar um pouco de como foi o seu regresso às aulas e a experiência de ir para a escola neste período de pandemia.
CP - Quais são as tuas maiores preocupações em relação à volta às aulas?
MN - Confesso que nenhumas. Este ano, o Governo deu a opção de fazermos só os exames que necessitamos para a entrada na universidade. Eu estou na área de Ciências Socioeconómicas e vou fazer o exame de economia. A matéria está toda consolidada e o meu professor tem-nos dado o apoio suficiente para que tenhamos uma excelente nota na prova. Em relação às outras disciplinas com aulas presenciais (geografia, inglês e filosofia) estou tranquila, porque penso que os professores vão facilitar e não irão baixar as notas.
CP - Que cuidados tiveste no regresso às aulas?
MN - Os cuidados que qualquer pessoa deve ter: quando cheguei à escola, borrifaram-me as mãos com um desinfectante e deram-me uma máscara para colocar no rosto. Desloquei-me para a sala onde ia ter três horas de aulas com dez minutos de intervalo e, na sala, as mesas estavam todas separadas com uma distância de cerca de dois metros. No intervalo, não tirei a máscara, à exceção de quando estava a comer, e mantive sempre a distância de segurança.
CP - Como foi o primeiro dia de aulas? Como te sentiste?
MN - Foi um dia igual como todos os outros dias de aulas, mas com menos alunos na sala e na escola. Foi um pouco estranho estarmos todos bastante separados, mas senti-me bem, dentro do possível.
"Foi um pouco estranho estarmos
todos bastante separados, mas
senti-me bem, dentro do possível."
CP - Achas que a tua escola se preparou bem para este regresso às aulas?
MN - Sim, os funcionários estavam todos de máscara, distantes uns dos outros e diziam a todos os alunos para cumprirem as regras. Cada turma está dividida em dois turnos e só têm aulas num pavilhão e só se podem deslocar nesse pavilhão, ou seja, se a turma C está a ter aulas no pavilhão A, a turma B tem de estar a ter aulas noutro pavilhão. O bar está fechado mas o refeitório está em funcionamento. Não utilizo os serviços do refeitório mas creio que funciona tudo com as regras estabelecidas.
CP - Por fim, achas que as escolas deveriam ter aberto ou deveriam permanecer fechadas? E porquê?
MN - Creio que foi uma excelente opção as escolas terem aberto. As aulas online foram uma forma formidável de os alunos continuarem a consolidar as matérias das várias disciplinas. Contudo, as aulas não são iguais sem a presença dos professores. Muitas vezes, ou a internet falha ou os meios para os professores nos apresentarem a matéria não são os mais claros. As aulas são de pouca duração e é difícil dar a mesma quantidade de matéria como uma aula “normal”.
"Creio que foi uma excelente
opção as escolas terem aberto"
CP - Muito obrigada Matilde pela tua disponibilidade. Esta foi a visão de uma aluna no seu regresso à escola após o período de quarentena obrigatória.
Na próxima semana, mostrarei a visão e as preocupações de uma professora no seu regresso às aulas, neste tempo de pandemia.