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O mundo é das crianças, a sério?



Por Clara Mendes

Desde bem cedo contemplo as injustiças e desigualdades entre as crianças e os mais crescidos, o que sempre me revoltou. "Pai, posso ir ao supermercado aqui do lado?", "Pai, posso ir ao parque?", "Pai, posso comer isto?" ou "Pai, posso fazer aquilo?", nunca realmente importou a pergunta, a resposta sempre foi igual, o duro "Não". Então eu tentava a minha mãe. "Mãe, posso ir ao supermercado aqui do lado?", "Mãe, posso ir ao parque?", "Mãe, posso comer isto?" ou "Mãe, posso fazer aquilo?". Contudo, com os pais sempre foi “nem devagar se chega ao longe”.

Claro que os seus motivos são compreensíveis, os perigos, as ameaças, os abusos, os raptos e os desaparecimentos. É tudo válido. Porém, não significa que seja justo. Afinal, este mundo foi mesmo feito para crianças? Se acenaram afirmativamente, pois vos digo que estão errados, quer eu parta da desvalorização, do desrespeito ou da proibição a tudo o que cobiçamos. Este planeta não é seguro e as crianças não são capazes de se protegerem a si mesmas.

Em suma, o Universo não é um mar de rosas, e não importa o quão casmurros queiramos ser. A verdade final é que o mundo, sem os nossos adultos, não seria igual.