Por Rita Cardoso
Nem acredito que isto me aconteceu! Podem ter calma, não foi nada grave, foi só a coisa mais normal nestes últimos dois anos de pandemia.
É verdade, a Covid veio cá bater à porta. Não me afetou, felizmente, mas é dose para uma adolescente ficar quinze dias fechada em casa. Na primeira semana tinha de estar de máscara ao pé dos meus. O problema é que na segunda semana já nem do quarto podia sair, uma vez que a situação piorou.
Uma pessoa não consegue suportar esta situação. Mas o que é que uma adoleceste de 14 anos faz quinze dias fechada em casa? Pensam mesmo que não vai “viciar”, mas, a sério, tentem só pedir a alguém, que não pode sair de casa, para não passar muito tempo agarrada ao telemóvel. Eu sei, eu sei que isso é o correto, mas não é fácil…
Quando não há mais nada para fazer, uma pessoa pensa “Vou só um bocadinho ao Tik Tok." Quando dou por mim, já estive uma hora no telemóvel. Digo para mim mesma “Vou desligar e vou escrever”, mas lembro-me que ainda não fui ao Instagram naquele dia. Os minutos vão passando. Penso para comigo “Cinco minutinhos também não fazem mal a ninguém!” e estou mais não sei quanto tempo em chamada com amigas. É claro que não larguei o telemóvel o resto do dia.
Uma grande questão que não se quer calar: Rita, e a escola? E as aulas? Como é? Para ser sincera, por momentos pensava que estava de férias. Um ou outro professor enviaram-me algum trabalho, mas nada de extraordinário.
Para todos os jovens que estão nesta situação, ou já estiveram, só digo “Tenham muita coragem e paciência, acima de tudo”. Não se esqueçam que são só sete dias. Arranjem algo para fazer, desenhar, pintar, escrever, treinar, cozinhar, ler. Tentem criar um hábito saudável para depois aplicarem na vossa rotina. Este pode ser o vosso desafio nesse isolamento. Tudo o que sejam ocupações para não agarrar no telemóvel já é um bom começo.