Por Carolina Oliveira
De dia 20 a 30 de novembro, o nosso Agrupamento recebeu diversas atividades no âmbito da Estação do Livro, projeto da Biblioteca Municipal do Seixal em colaboração com as Bibliotecas das Escolas do concelho.
No dia 23 recebemos na Escola Carlos Ribeiro a atividade “Cómoda dos Eus”, dinamizada por duas formadoras da Casa Fernando Pessoa que, atualmente é um museu, mas que até 1935 foi a casa onde o poeta viveu os últimos 15 anos de vida ( de 1920 a 1935).
As formadoras trouxeram uma réplica de uma cómoda onde Fernando Pessoa escrevia e guardava objetos pessoais. A minha turma, o 8.º A, formou 4 grupos e a cada um foi entregue uma gaveta da cómoda onde se encontravam réplicas de artefactos da vida do poeta, ou que tivessem alguma relação com o mesmo (cada grupo tinha uma parte da sua vida, todas tinham objetos diferentes). A partir destes, os alunos tinham que descobrir a história do escritor, como se fossemos detetives.
Conseguimos descobrir o seguinte:
Fernando Pessoa nasceu a 13 de junho de 1888. A sua mãe, Maria Magdalena Nogueira, era casada com Joaquim Pessoa. Porém, como este morreu, casou-se novamente com João Miguel Roza que teve de ir viver para Natal, província da África do Sul, devido à sua profissão. Sua esposa, mãe de Fernando Pessoa, ponderou não levar consigo o filho. Este, sentindo a falta da mãe, com apenas 7 anos, escreveu o primeiro poema que dele se conhece, dedicado à mãe, dizendo que tinha medo de a perder e que gostava muito dela.
Assim, o poeta passou grande parte da sua infância em África, onde estudou até ao equivalente ao 12.º ano. Só regressou a Portugal com 18 anos.
Trabalhou num escritório da firma Félix, Valladas & Freitas, como tradutor de documentos comerciais e aí conheceu Ophélia Queiroz, que se tornou sua namorada, a quem mandava bilhetes e telegramas a combinar encontros no elétrico 28 para namorarem.
Entretanto, fez publicidade para a Coca-Cola, criando o slogan tão conhecido “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
Fernando Pessoa escreveu imensos livros. Criou três heterónimos, ou seja, autores ficcionais dotados de autonomia, com uma identidade e estilos totalmente diferentes do seu, e que, na sua perspetiva, eram perfeitos.
Porém, durante a sua vida só foi autorizado a publicar uma obra, originalmente com o nome “Portugal”, que acabou publicado com o título “Mensagem”, porque queria passar a mensagem que Portugal antigamente era grandioso e que teria de voltar a sê-lo. Este mesmo livro conta a história de Portugal, escrita em verso e foi publicado um ano antes da sua morte. O escritor era profundamente espiritualista e supersticioso, acreditava que iria morrer em 1935, porque o seu horóscopo o dizia e, realmente, morreu nesse ano devido à cirrose que desenvolveu provavelmente provocada pelo excessivo consumo de álcool.
Na nossa biblioteca podes ler algumas obras deste grande escritor.